Era uma vez uma história que precisava ser escrita. Não faz muito tempo, esta história dependeria da aceitação de uma grande editora para virar um livro, e teria de cair nas graças dos críticos para ser um sucesso de vendas. Mas isto é passado. O Caminhos da Reportagem ouviu de escritores veteranos o que os mais novos já sabem: vivemos no tempo do autor, em que o trabalho do escritor não acaba no ponto final de um romance. Do próprio teclado utilizado para contar o que precisa ao leitor, o escritor/autor será também o entregador de sua obra. Ele vai escolher uma plataforma digital, formatar o conteúdo no Word e fazer o upload em KDP – Kindle Direct Publishing – ou no Whattpad, para no final ter o seu romance num e-book.
Na trilha da auto publicação, os novos – e velhos – autores acompanham as vendas por gráficos e podem, como diz Gisele Mirabai, vencedora do 1º Prêmio Kindle de Literatura, interagir com o leitor e ver em tempo real as transformações que o romance pode ter causado na vida dele.
Mais do que nunca, o autor vai depender do boca a boca do leitor, ou seja, voltamos à estaca a zero: ou a história é boa ou... E quem não quer vender, ganhar prêmios, ser best-seller? O escritor Joaci Pereira Furtado, ganhador do Prêmio Jabuti (1997), não faz questão. Para ele, best-seller é o livro que vende milhões, e “para chegar a uma escala de milhão, tem de ser muito medíocre”. Já a poeta Jô Freitas, filha, irmã e neta de empregada doméstica, se ressente da falta de acesso às grandes editoras e admite que o “Jabuti seria muito bem-vindo!”
Para a escritora Ju Marquesi, de Piraí (RJ), o maior prêmio é viver da literatura. Ela trabalhava como advogada no serviço público numa cidade que não tinha livraria. Depois de ter seu livro “Theo” como o 7º livro mais vendido na Revista Veja e de vender milhares de e-books, J. Marquesi, como assina, pediu exoneração. Agora vai se dedicar em tempo integral ao gênero de escrita que é a sua especialidade: os romances eróticos.
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Ficha técnica
Reportagem: Bianca Vasconcellos
Produção: Aline Beckstein, Bianca Vasconcellos e Edvaldo Pereira dos Santos (estagiário)
Apoio produção: Leonardo Catto
Imagens: Alexandre Nascimento, Gilmar Vaz, João Marcos Barboza e William Salles
Apoio de imagens: Bianca Vasconcellos e Priscila Kerche
Auxílio técnico: Caio Araújo, Ivan Meira e Maurício Aurélio Marcelo
Apoio RJ: Priscila Thereso (repórter), Gilson Machado (imagens) e Felipe Messina ( auxílio técnico)
Videografismo: Lucas Souza Pinto
Apoio operacional: Antonio Blanes, Fabrizio Cesarino e Rafael Costa
Edição de imagens e finalização: Maikon Matuyama
Roteiro e direção: Bianca Vasconcellos
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