A vocação do ser humano em aglomerar está sofrendo uma nova configuração, segundo arquitetos e urbanistas deste Caminhos da Reportagem. Uma balada em São Paulo, que recebia 300 pessoas, reabriu num formato para 38 consumidores que pagam ingressos com antecedência. E em vez de música e circulação pelos andares do prédio, consumidores comportados sentados em mesas distantes, compartilham o ar puro de um terraço a céu aberto.
Já nas favelas paulistanas e cariocas, o cenário não mudou. A arquiteta e urbanista Leila Marques dispara: “a primeira coisa que a pandemia nos acordou foi pra isso, casa? Que casa querido? Quem é que tem essa casa boa pra ficar em isolamento e ainda renda pra alimentar os filhos se não tiver que sair pra trabalhar?”
A maior preocupação de quem pensa em soluções para áreas de grande circulação de pessoas é saber se o ser humano vai andar para frente ou ficar onde está. Para muitos entrevistados, avançar é também voltar ao passado, se adaptar às cidades menores, morar perto do trabalho, se locomover em menos tempo e causando menos poluição.
Os museus também reabrem com protocolos de segurança rigorosos enquanto 1.300 famílias em São Paulo, só no segundo trimestre de 2020, foram removidas de suas moradias para ocupações precárias por tempo indeterminado.
Que lições a pandemia vai deixar para o ser humano, essa espécie gregária, que tem no espaço público o acesso à convivência com o outro?
Ficha técnica:
Reportagem: Bianca Vasconcellos, Deise Machado
Produção: Bianca Vasconcellos, Deise Machado, Pollyane Marques, Éverton Siqueira (estagiário), Henrique Mathias (estagiário)
Imagens: João Marcos Barboza, Bianca Vasconcellos
Videografismo: Lucas de Souza Pinto
Edição de imagens e finalização: Maikon Matuyama
Roteiro e direção: Bianca Vasconcellos
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