O número de voos domésticos diários caiu de 2.700 para 180 quando o país se viu forçado a parar inúmeras atividades econômicas diante da gravidade do novo coronavírus. A pandemia, mundial, afetou o tráfego para outros países, paralisando as operações das companhias aéreas.
Em entrevista ao Impressões, o presidente da Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear), Eduardo Sanovicz, detalhou o pacote de 36 medidas que o setor desenhou para atravessar a crise e se preparar para a retomada das operações. “Vamos levar anos para recuperar integralmente o volume de tráfego de passageiros e a malha aérea pré-crise”, admitiu.
Apesar dessa projeção, o setor adotou algumas estratégias assim que o alarme tocou. Entre elas, a revisão de contratos trabalhistas. As empresas decidiram não demitir, mas muitos funcionários estão de licença não remunerada, e quase todos tiveram algum tipo de redução de jornada de trabalho e redução de salário. Outra medida, debatida com o governo, órgãos reguladores e o Ministério Público Federal, garantiu o adiamento de bilhetes aéreos já adquiridos, sem custo para o consumidor. Mesmo com o isolamento, as empresas conseguiram manter em operação voos ligando todas as capitais, além de 25 cidades.
“O pico mínimo foi de 180 voos diários. [Hoje] estamos com 263 voos diários. Nossa previsão para o final deste mês é de 353 voos diários”, disse Sanovicz. A expectativa baseia-se na retomada gradual de setores da economia e na sensação de maior tranquilidade em algumas cidades.
Apesar disto, o presidente da associação sabe que a recuperação será lenta e que ainda esbarrará em variáveis indiretas. Uma delas é a valorização do dólar.
À jornalista Katiuscia Neri, ele contou que o pacote estratégico do setor também inclui tratativas em andamento com o Governo Federal para conseguir empréstimos de longo prazo.
Paralelamente, a Anac divulgou medidas que podem impulsionar a retomada de operações aéreas. O órgão buscou estabelecer regras de segurança em voos.
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